As chances são de que os músicos tocariam seus instrumentos e ainda produziriam uma performance mais do que aceitável, mas as pessoas sairiam pensando que poderia ter sido ainda melhor com o líder criativo presente.
A descrição literal do papel do maestro é “interpretar a partitura que a orquestra está executando, definir o tempo e organizá-la através de gestos para que os músicos a entendam perfeitamente.”
Estamos, é claro, falando da ausência de Kevin De Bruyne de meados de agosto a início de janeiro.
Nosso maestro belga saiu de campo mancando após apenas 23 minutos da abertura da Premier League contra o Burnley, não antes de ter contribuído para o gol de abertura de Erling Haaland, quando sua problemática lesão no tendão da coxa atacou novamente.
De tão danificado que estava o músculo, Kevin passou por uma cirurgia importante para tentar corrigir o problema, com tanto o jogador quanto o Clube bem cientes de que isso significaria um longo período fora dos gramados.
Foi um golpe massivo para um time que ainda estava se recuperando do incrível sucesso da Tríplice Coroa, no qual a contribuição de De Bruyne foi fora de série.
Em 2022/23, De Bruyne participou de 49 jogos, marcou 10 gols e deu 31 assistências para seus companheiros de equipe.
31 assistências.
Isso é simplesmente insubstituível, e ainda assim os Blues tiveram que encontrar uma maneira de preencher esse enorme vazio.
Sem dúvida, Phil Foden assumiu a responsabilidade, movendo-se para uma função mais central com efeito devastador, e outros pegaram o bastão enquanto o City começava a defesa dos três títulos.
Erling Haaland marcou gols, 22 até o Ano Novo, embora tivesse marcado 33 vezes até aquele ponto na temporada anterior.
É justo dizer que a compreensão quase telepática do nosso camisa 9 com Kevin significou uma redução inevitável nas perdas de oportunidades.
Uma lesão no pé então afastou Haaland por dois meses, de início de dezembro até o último dia de janeiro, significando que o City só havia conseguido escalar Erling e KDB juntos uma vez até o sétimo mês da temporada.
É algo que talvez seja negligenciado por aqueles que são de fora do Clube, que esses dois jogadores de classe mundial não jogaram juntos por dois terços da temporada.
A longa ausência de De Bruyne, no entanto, estava chegando ao fim.
Ele foi banco contra o Sheffield United e quando ele se levantou para aquecer no início do segundo tempo, a recepção foi emocionante, com mais de 50.000 torcedores do City aplaudindo e cantando seu nome em um show de apreciação que sem dúvida ficará com o jogador pelo resto de sua carreira e além.
No nosso próximo jogo contra o Huddersfield Town, ele recebeu uma recepção semelhante ao entrar como substituto e levou apenas alguns momentos para conquistar sua primeira assistência da temporada com um toque delicado para o meio, de onde Jeremy Doku meteu um voleio para o gol.
Aquela já havia sido uma participação especial por si só, mas fora de casa contra o Newcastle, KDB mostrou ao resto da Premier League o que eles estavam perdendo.
Perdendo por 2-1 no St James’ Park, De Bruyne substituiu Bernardo aos 69 minutos e, quatro minutos e 35 segundos depois, seu chute rasteiro precisamente colocado no canto inferior esquerdo do gol dos Magpies colocou o City no empate.
Então, com um minuto de acréscimo, ele deu um passe sublime para a área que foi recebido por Oscar Bobb com cuidado e precisão, ele driblou o goleiro com um tique-taque e marcou o gol da vitória.
Levou aproximadamente 25 minutos para Kevin marcar, dar uma assistência e inspirar os Blues a uma vitória crucial por 3 a 2.
A partir daí, o KDB estava de volta.
Nos 24 jogos em que participou até o último dia da temporada, ele marcou seis gols e criou 17 assistências.
Seus dois gols fora de casa contra o Crystal Palace também o tornaram o primeiro meio-campista do City a alcançar 100 gols em todas as competições desde o grande Colin Bell.
E à medida que os Blues conquistaram um histórico quarto título consecutivo da Premier League, as estatísticas de De Bruyne foram novamente impressionantes.
Com Kevin no time, a equipe de Pep Guardiola conquistou 48 dos possíveis 54 pontos, em comparação com 43 de 60 sem ele.
Seu retorno não poderia ter sido melhor cronometrado e sua contribuição, mais uma vez, foi imensa.
DESTAQUE
Pela primeira vez, não foi uma passagem memorável de jogo.
Não foi a cabeçada impressionante contra o Brighton, nem o potente gol de empate contra o Real Madrid ou AQUELE passe para Oscar Bobb, mas uma simples corrida pela linha lateral para aquecer e uma recepção que nunca será esquecida enquanto os torcedores do City davam as boas-vindas de volta ao seu ídolo após quase cinco meses fora.
ESTATÍSTICAS DE 2023/24 (TODAS AS COMPETIÇÕES)
* Jogos: 26
* Jogos iniciados: 20
* Minutos jogados: 1749
* Gols: 6
* Assistências: 17
* Gols + assistências: 23
* Jogos vencidos: 20
* Jogos empatados: 5
* Jogos perdidos: 1
* Percentual de vitórias: 76,9%
a VISÃO DE KDB
(Após o gol da vitória no St James’ Park)
“Eu me diverti. Foi louco. Eu senti falta disso. Tive uma grande lesão e precisei de tempo. Acho que foi mais força de vontade do que qualquer outra coisa.”
PEP SOBRE o KDB
“Os números, presença, consistência têm sido incríveis. Ele é um dos melhores jogadores da história do Manchester City. Os gols, assistências, tudo. O que posso dizer?”
