No dia de seu aniversário de 36 anos, entrevistamos um dos maiores ídolos latinos da história do City

A história de Zabaleta começou da melhor maneira. Antes de estrear e mostrar por que o haviam contratado, o argentino de Arrecifes confessou que teve de escolher o City e a Premier League pela Juventus, da Itália.

“Nunca pensei que ficaria tanto tempo, não sabia se conseguiria me adaptar, mas queria uma experiência diferente. Encontrei um clube com história na Inglaterra e em uma cidade importante.”

Nas 9 temporadas que defendeu a camisa do City, Zabaleta disputou 333 partidas com um balanço favorável: 195 vitórias, 65 vitórias e apenas 73 derrotas. Marcou 12 gols e conquistou duas Premier Leagues, uma FA Cup, duas Copas da Liga e um Community Shield.

Ele admitiu que todos os títulos são importantes, mas destacou os que marcaram sua memória:

“Houve dois que marcaram época no clube. A FA Cup de 2011, porque foi o primeiro título depois de muitos anos, e foi especial porque ganhamos do Manchester United na semifinal. Alex Ferguson nos chamava de ‘Noisy neighbours’ (vizinhos barulhentos). Estávamos começando a ser uma equipe mais competitiva e já ganhávamos de clubes importantes.”

“E o outro, obviamente, por tudo o que significa, aquele primeiro título da Premier League com o famoso gol de Sergio Aguero no último minuto. Foi um momento inesquecível. Você vê de novo e continua se espantando, fico nervoso todas as vezes que vejo essa sequência. Esses dois marcaram um momento do clube, e o City começou a tomar certa relevância e importância.”

De 2008 a 2018, Zabaleta viveu um carrossel de emoções. E o argentino lembra com carinho de sua última partida no Etihad Stadium: o estádio cheio de cartazes e ovações.

“Minha maior satisfação foi o dia de minha despedida, que jogamos contra o West Bromwich. Acabou a partida e as pessoas me seguiram, me deram uma camiseta, um carnê de sócio vitalício... são esses pequenos gestos que significaram muito para mim. Esse momento resumiu toda a minha trajetória no clube.”

Esse amor que o torcedor do Manchester City tem por Zabaleta veio por mais do que apenas seu rendimento dentro de campo, e o lateral sabe muito bem.

“Chegamos sem ter um nome importante e terminamos sendo referência do clube. Conosco, eles puderam se identificar, porque fomos a um City que não tinha o potencial  que teve depois. Vínhamos de baixo e terminamos ficando 9, 10 anos como referência. Tem a ver com a identificação com o clube, esse senso de pertencimento.”

Sobre o time atual, comandado por Pep Guardiola, Zaba destacou o rendimento individual e coletivo das últimas performances e a importância de recuperar os pontos perdidos no começo do campeonato.

“Estão jogando bem e ganhando as partidas. Estamos vendo o City que todos querem ver.”

“A expectativa por parte de todos é a Liga dos Campeões depois de tantos anos ganhando títulos domésticos. Seria coroar o projeto que está em desenvolvimento.”

“Creio que pequenos detalhes, e também o fator sorte, estão sendo decisivos. A Champions é muito complicada e você precisa ter os jogadores 100%, fazer partidas perfeitas. Você joga contra rivais que não perdoam e nãoo há possibilidade de errar, senão cai fora. A nível esportivo, o clube tem jogadores para poder aspirar a ser finalista.”